quarta-feira, 9 de maio de 2012

PRETOS VELHOS(AS) NÃO! EU CHAMO DE VOZINHO E VOZINHA



EU TRABALHO COM O PAI JOSÉ DE ARUANDA,NA HISTÓRIA QUE ELE CONTA ELE ERA REI NO CONGO  FOI TRAZIDO COMO ESCRAVO PARA O BRASIL,ONDE SOFREU MUITO NAS SENZALAS,ESTA ENTIDADE DE LUZ NÃO TEM VISÃO,ELE CURA O  CORPO E A ALMA,NADA MELHOR DO QUE SER BENZIDO(A) POR ESTA ENTIDADE CHEIA DE LUZ E TÃO PRÓXIMA DO NOSSO PAI OXALÁ.
"ADOREI AS ALMAS"
AGORA UM POUCO SOBRE A HISTÓRIA DE PRETOS VELHOS E PRETAS VELHAS:

     PRETOS VELHOS
                       

          O mês de maio é dedicado na Umbanda aos Pretos Velhos, mas afinal quem serão estas entidades, que se manifestam em nós
 e nos dão tanta paz e ensinamento que aliviam nossas dores?

          Talvez por terem passado pelas águas da Umbanda, porém sabe-se que não são poucos os sacerdotes e sacerdotisas que
 manifestam estas entidades com freqüência para atender aos que necessitam de suas palavras confortantes e seus passes fluídicos,
 que através de gostosas baforadas de cachimbos ou com benzimentos com ervas como arruda, alecrim e guiné, curam dores do corpo e
 da alma.

          Milagre? Não! Apenas energia positiva de antepassados que viveram nesta terra e voltam para nos trazer mais ensinamento.

          Dentro da visão africanista iorubana, são eguns, assim como os orixás que eles cultuam também são divinizados, o que nos
 justifica chamá-los de orixás brasileiros, afinal são divinizados e cultuados.  Pai José de Aruanda, Pai Benedito, Mãe Maria Conga, Pai
 Jacob, Vovó Rita, Vovó Serafina, Vovó Sebastiana, Vovô Serafim, Pai Mante, Pai Zé do Congo, enfim são inúmeras falanges que nos
 cercam e tanto tem confortado nossas famílias.

          Muitas vezes, pessoas que não pertencem a religiosidade afro-brasileira buscam o conforto espiritual ou mesmo cura para
 diversos males com estas entidades que não se manifestam apenas em terreiros ou templos, muitas vezes no lar do médium.  Sempre
 haverá um médium em algum lugar do planeta para dar passagem a estas forças tão nobres destes espíritos de luz, para nos acalentar
 e ajudar-nos a solucionar a solucionar nossos problemas.

          Estas entidades não cobram pelos "serviços" são cristãs e propagam a caridade acima de tudo, talvez por isto alguns ambiciosos
 não os aceitem, porém é muito pequeno o número deste, a grande maioria, mesmo não se manifestando com estas enérgicas, os
 respeitam.

          Não somente a Umbanda cultua Pretos Velhos, também o Omolokô, Batuque e outros cultos espalhados pelo Brasil, reverenciam
 estas queridas entidades.

          A imagem do Preto Velho nos serve para lembrarmos de que mesmo tendo sido mal tratados pela sociedade eles igualmente
 os silvícolas, retornam a vida terrena não para vingança, mas para nos trazer amor e compaixão, aquela que não lhes deram quando
 viviam neste plano astral, mostrando de que nada adianta ser mal, pois a lei do retorno é certa, e somente praticando a caridade é que
 o ser humano entendera de fato a compaixão, não como um ato de misericórdia, mas sim um gesto de humanismo e de evolução.


                          MAIS SOBRE OS NOSSOS VELHINHOS E VELHINHAS


          As grandes metrópoles do período colonial: Portugal, Espanha, Inglaterra, França, etc; subjugaram nações africanas, fazendo
 dos negros mercadorias, objetos sem direitos ou alma.

          Os negros africanos foram levados a diversas colônias espalhadas principalmente nas Américas e em plantações no Sul de
 Portugal e em serviços de casa na Inglaterra e França.

          Os traficantes coloniais utilizavam-se de diversas técnicas para poder arrematar os negros:

                    - Chegavam de assalto e prendiam os mais jovens e mais fortes da tribo, que viviam principalmente no litoral Oeste, no
                    Centro-oeste, Nordeste e Sul da África.

                    - Trocavam por mercadoria: espelhos, facas, bebidas, etc. Os cativos de uma tribo que fora vencida em guerras tribais ou
                    corrompiam os chefes da tribo e financiavam as guerras e fazia dos vencidos escravos.

          No Brasil os escravos negros chegavam por Recife e Salvador, nos séculos XVI e XVII, e no Rio de Janeiro, no século XVIII.

          Os primeiros grupos que vieram para essas regiões foram os bantos; cabindos; sudaneses; iorubas; gêges; hauçá; minas e
 malês.

          A valorização do tráfico negreiro, fonte da riqueza colonial, custou muito caro:

          "Em quatro séculos, XV ao XIX, a África perdeu, entre escravizados e mortos 65 a 75 milhões de pessoas, e estas constituíam
 uma parte selecionada da população.

          Arrancados de sua terra de origem, uma vida amarga e penosa esperava esses homens e mulheres na colônia: trabalho de sol
 a sol nas grandes fazendas de açúcar. Tanto esforço, que um africano aqui chegado durava, em média, de sete a dez anos!

          Em troca de seu trabalho os negros recebiam três "pês": pau, pano e pão. E reagiam a tantos tormentos suicidando-se,
 evitando a reprodução, assassinando feitores, capitães-do-mato e proprietários. Em seus cultos, os escravos resistiam, simbolicamente,
 à dominação. A "macumba" era, e ainda é, um ritual de liberdade, protesto, reação à opressão. As rezas, batucadas, danças e cantos
 eram maneiras de aliviar a asfixia da escravidão. A resistência também acontecia na fuga das fazendas e na formação dos quilombos,
 onde os negros tentaram reconstituir sua vida africana. Um dos maiores quilombos foi o Quilombo dos Palmares onde reinou Ganga
 Zumba ao lado de seu guerreiro Zumbi, protegido de Ogum.

                                                                      "Zumbi, comandante guerreiro...

                                                                      Guerreiro mor, capitão.

                                                                      Da capitania da minha cabeça...

                                                                      Levai alforria ao meu coração..."

                                                                                (Gilberto Gil)

          Os negros que se adaptavam mais facilmente à nova situação recebiam tarefas mais especializadas, reprodutores, caldeireiro,
 carpinteiros, tocheiros, trabalhador na casa grande (escravos domésticos) e outros, ganharam alforria pelos seus senhores ou pelas
 leis do Sexagenário, Ventre livre e enfim a Lei Áurea.

          Estes negros aos poucos conseguiram envelhecer e constituir mesmo de maneira precária uma união representativa da língua,
 culto aos Orixás e aos antepassados e tornaram-se um elemento de referência para os mais novos, refletindo os velhos costumes da
 Mãe África.

          Eles conseguiram preservar e até modificar, no sincretismo, sua cultura e sua religião.

        
 Atuação

          E assim são os Pretos Velhos da Umbanda. Eles representam a força, a resignação, a sabedoria, o amor e a caridade. São um
 ponto de referência para todos aqueles que necessitam: curam, ensinam, educam pessoas e espíritos sem luz.

          Eles representam a humildade, não têm raiva ou ódio pelas humilhações, atrocidades e torturas a que foram submetidos no
 passado.

          Com seus cachimbos, fala pousada, tranqüilidade nos gestos, eles escutam e ajudam àqueles que necessitam, independentes
 de sua cor, idade, sexo e de religião.

          Não se pode dizer que em sua totalidade que esses espíritos são diretamente os mesmos pretos-velhos da escravidão. Pois, no
 processo cíclico da reencarnação passaram por muitas vidas anteriores foram: negros escravos, filósofos, médicos, ricos, pobres,
 iluminados, e outros. Mas, para ajudar aqueles que necessitam escolheram ou foram escolhidos para voltar a terra em forma
 incorporada de preto velho. Outros, nem pretos-velhos foram, mas escolheram como missão voltar nessa pseudo forma.

          Este comentário pode deixar algumas pessoas, do culto e fora dele, meio confusas: "então o preto velho não é preto velho, ou
 é, ou o que acontece???".

          O espírito que evoluiu tem a capacidade de se por como qualquer forma passada, pois ele é energia viva e conducente de luz,
 a forma é apenas uma conseqüência do que eles tenham que fazer na terra. Esses espíritos podem se apresentar, por exemplo, em
 lugares como um médico e em outros como um preto velho ou até mesmo um caboclo ou exu. Tudo isso vai de acordo com o seu
 trabalho, sua missão. Não é uma forma de enganar ou má fé com relação àqueles que acreditam, muito pelo contrário, quando se
 conversa sinceramente, eles mesmos nos dizem quem são, caso tenham autorização.

          Por isso, se você for falar com um preto velho, tenha humildade e saiba escutar, não queira milagres ou que ele resolva seus
 problemas, como em um passe de mágica, entenda que qualquer solução tem o princípio dentro de você mesmo, tenha fé, acredite
 em você, tenha amor a Deus e a você mesmo.

           Para muitos os pretos-velhos são conselheiros mostrando a vida e seus caminhos;   para outros, são psicólogos, amigos,
 confidentes, mentores espirituais; para outros, são os exorcistas que lutam com suas mirongas, banhos de ervas, pontos de fogo,
 pontos riscados e outros, apoiados pelos exus de lei (exus de luz) desfazendo trabalhos e contra as forças negativas (o mal),
 espíritos obscessores e contra os exus pagãos (sem luz que trabalham na corrente negativa que levam os homens ao lado negativo e
 a destruição).


 Mensagem

          Os pretos-velhos levam a força de Deus (Zambi) a todos que queiram aprender e encontrar uma fé. Sem ver a quem, sem
 julgar, ou colocando pecados. Mostrando que o amor a Deus, o respeito ao próximo e a si mesmo, o amor próprio, a força de vontade
 e o encarar o ciclo da reencarnação podem aliviar os sofrimentos do karma e elevar o espírito para a luz divina. Fazendo com que as
 pessoas entendam e encarem seus problemas e procurem suas soluções da melhor maneira possível dentro da lei do dharma e da
 causa e efeito.

          Eles aliviam o fardo espiritual de cada pessoa fazendo com que ela se fortaleça espiritualmente. Se a pessoa se fortalece e
 cresce consegue carregar mais comodamente o peso de seus sofrimentos. Ao passo que se ela se entrega ao sofrimento e ao
 desespero enfraquece e sucumbe por terra pelo peso que carrega. Então cada um pode fazer com que seu sofrimento diminua ou
 aumente de acordo com encare seu destino e os acontecimentos de sua vida:

 "Cada um colherá aquilo que plantou. Se tu plantaste vento colherás tempestade. Mas, se tu entenderes que com luta o sofrimento podeis
 tornar-se alegria vereis que deveis tomar consciência do que foste teu passado aprendendo com teus erros e visando o crescimento e a felicidade
 do futuro. Não sejais egoísta, aquilo que te fores ensinado passai aos outros e aquilo que recebeste de graça, de graça tu darás. Porque só no amor,
 na caridade e na fé é que tu podeis encontrar o teu caminho interior, a luz e DEUS"


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